sábado, 14 de junho de 2014

O Outono e Eu.

Procuro em mim os ares de poesia e encantamento que existiam e agora parecem estar absurdamente doentes... Dormem o sono profundo de quem não quer existir. Dormem enquanto a vida passa, solene, pela janela da casa.

Fico entretida nos afazeres do dia a dia na esperança de que as horas acelerem o seu compasso e que mais um dia se finde no meu não eu... E que anoiteça no quintal da minha alma, fechando o ciclo das horas... Ascendo um incenso. Penso em meditar e buscar no silencio de minha alma as respostas para essa falta de energia... Em vão fico ali no não ouvir dos gritos engasgados na mente.

Deito e durmo entregue ao pesado ar escravizado em meu mundo.... Ar também doente, sem vigor, sem o perfume e as cores das flores miúdas das flores de maio espalhadas pela sala.

Mais um dia sem poesia e sem encantamento. Mais uma noite sem estrelas e sem luar.

Desta vez o outono trouxe-me alem do frio, a apatia de brinde... O desanimo e a falta de estimulo vão seguindo a fumaça do incenso e me fazem refletir sobre os próximos anos, os próximos sonhos, os próximos ares... Começo a reparar que alem do desapego dos dias preciso desapegar minha alma. - Relembro de uma conversa recente sobre este assunto e me assombro. Mudo o foco e me aconchego as cobertas, agora com a gata enrolada por entre minhas pernas, vou refazendo meu castelo de cartas, meus projetos para futuro, meus sonhos de que a  esperança talvez renasça... Em outro lugar, quem sabe.

Boa noite pessoal.

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