quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Hoje.


Publicado originalmente em 9 de fevereiro de 2012 

Uma dor sentida e insistente me machuca a alma. Parecida com aquelas chuvas fininhas de final de primavera… Daquelas que não molham no começo, mas de tão constante, encharca o solo, invade a calçada, derruba árvore…

Dor que me corrói aos poucos, feito bicho carpinteiro que vai construindo sua trilha na madeira oca e estérea.  Vou ficando assim, doida e sentida, morrendo meus sonhos por dentro, vou sorrindo para o mundo que me rodeia.

Hoje queria o colo de Deus pessoalmente. Porque por ser sua filha talvez eu deva merecer, talvez eu deva…

É engraçado quando as coisas ditas ruins acontecem, aquelas que a gente espera e sabe que um dia irá chegar, mas que no fundo acha que vai morrer sem ver acontecer… E elas chegam. Chegam e ponto.

Cresci sabendo que uma parte da minha história seria acrescentada logo à frente. Tal qual bônus por participação, brinde por ter nascido… E eis-me aqui, sem rumo, mas agradecida pela oportunidade que a vida me dá de novamente aprender com a dor. Sem um centil de certeza se estarei firme quando aqueles que mais amo precisarem, mas aqui. Plena, com meus joelhos dobrados orando, com minhas lágrimas alinhavando meu rosto, com meu coração quebrantado, e meus braços abertos oferecendo o que ainda sobra de uma mulher, de uma menina, de uma essência.

Que Deus nos ajude e nos ampare, agora e sempre.

Cláudia

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