quarta-feira, 30 de maio de 2012

Quando a Velhice Chegar...

Tenho um tio idoso. Último sobrevivente de minha linhagem por parte de mãe.

Solitário. Macambuzio. Gosta de uma pinga e dela não abre mão... Nos áureos tempos, quando o vigor ainda lhe era abundante, gostava de uma boa prosa, e pasmem, quando se encontra ao redor dos filhos, sobrinhos e netos ainda há lampejos desses momentos de conversa farta que reflete sua memória lúcida.

Confesso que vou e ligo bem menos do que deveria e gostaria, para este tio que sustenta a peleja dos anos e a dor da saudade dos que se foram em seus ombros cansados... 
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Não foi uma ou duas vezes que escutei em situações distintas que estar com uma pessoa idosa é uma questão de 5 minutos. Não se tem o que dizer, pra que ir (?) ouvi até mesmo algo parecido como: não se tem nada para fazer lá... Isso me fez pensar no meu tio, que está lá na casinha dele, com as lembranças dele, aguardando a visita dos filhos, netos e sobrinhos... Que diga-se de passagem, vão. São presentes, mas e eu?

Se eu confessei a plenos pulmões que vou bem menos que deveria e gostaria... Posso eu reclamar quando a velhice chegar? Quando minha memória estiver fraca, minhas mãos cansadas, minha voz trêmula, meus cabelos brancos e saúde fraca?

Poderei, esperar por 5 minutos de meus irmãos e sobrinhos?

Oxalá Deus me permita ter uma velhice digna, sobrinhos amorosos e que saibam reconhecer o valor da velhice.

Com todo amor de minha alma, tio Waldir... Este é para você.
Irei te visitar amanhã.

"Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a . Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem, Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos aos, estes ainda reservam prazeres." - Sêneca

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