sexta-feira, 23 de março de 2012

Sou. Mas quem não é?

Uma singela homenagem a Chico Anysio.

Chico Anysio foi um dos primeiros humoristas que eu aprendi a gostar. Talentoso, tinha mais de 200 personagens, além de ser escritor,  pintor e tantas outras faces em tantos outros modos de se viver uma vida que apesar de findar-se aos 80, parece que começou ontem.

De todos os exemplos que guardo de Chico, tenho comigo um show solo que ele fez nos anos 80 aqui em Belo Horizonte, teatro do Palácio das Artes, onde em um humor ácido e crítico ele fez um stand comedy cheio de alfinetadas ao governo e aos políticos da época. Ali eu aprendi a ver o Chico Anysio intelectual, sem as faces do humor da tevê. Era ele, falando com humor aquilo que estava engasgado na garganta e no coração de muita gente que passou pela ditadura e estava aprendendo a dar os primeiros passos na democracia.

É com um aperto no peito que me despeço de você Chico Anysio. O humor brasileiro ficará bem mais pobre, a arte brasileira ficará mais pobre, a cultura brasileira ficará mais pobre... mas entre essa tristeza profunda fica a certeza de que sua semente foi bem plantada nos corações das pessoas que o conheceram e riram com seus personagens.

Obrigada mestre por me ensinar a ser mais livre, intensa e alegre ainda que triste, ainda que caminhando na trilha do sofrimento. Ser eu mesma, solo, no palco da vida. Afinal, sou. mas quem não é?

Adeus Chico Anysio.

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